COP-16: Brasil e Colômbia unem forças para proteger territórios de origem africana
A 16ª Conferência das Partes (COP-16) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizada em Cancún, México, em 2010, marcou um momento crucial para a proteção de territórios de origem africana na América do Sul. Brasil e Colômbia, países com significativa presença de comunidades afrodescendentes, se uniram para defender a preservação da biodiversidade e da cultura desses territórios, garantindo o direito de seus povos à autodeterminação e ao desenvolvimento sustentável.
A importância da ancestralidade africana na América do Sul
O legado da diáspora africana na América do Sul é inegável. As comunidades afrodescendentes, ao longo de séculos, mantiveram e fortaleceram suas culturas, conhecimentos tradicionais e práticas sustentáveis de manejo ambiental, contribuindo significativamente para a conservação da biodiversidade.
A cultura afro-brasileira e a cultura afro-colombiana são ricas em saberes tradicionais sobre plantas medicinais, práticas agrícolas e gestão de recursos naturais, conhecimento que se torna crucial para a conservação de ecossistemas e a superação de desafios ambientais.
O papel do Brasil e da Colômbia na proteção de territórios de origem africana
Brasil e Colômbia reconhecem a importância de proteger esses territórios e as comunidades que os habitam. A COP-16 foi um palco crucial para a discussão de estratégias conjuntas de conservação, priorizando as necessidades e os direitos dos povos tradicionais.
Alguns dos pontos importantes da parceria entre os dois países foram:
- Compartilhamento de experiências e boas práticas: ambos os países se comprometeram a trocar conhecimentos e experiências sobre a gestão de territórios de origem africana, incluindo modelos de conservação e desenvolvimento sustentável.
- Fortalecimento de políticas públicas: Brasil e Colômbia se esforçaram para implementar políticas públicas que promovam a participação e o protagonismo das comunidades afrodescendentes na gestão de seus territórios.
- Defesa dos direitos territoriais: os dois países se posicionaram em defesa dos direitos territoriais das comunidades afrodescendentes, garantindo a posse e o controle sobre seus territórios ancestrais.
- Inclusão e reconhecimento cultural: a COP-16 serviu como plataforma para a visibilidade da cultura e dos saberes tradicionais das comunidades afrodescendentes, reconhecendo sua importância para a conservação da biodiversidade.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos avanços conquistados na COP-16, ainda há desafios a serem enfrentados para a proteção dos territórios de origem africana na América do Sul.
É fundamental:
- Combater o racismo ambiental: as comunidades afrodescendentes, muitas vezes, são as mais afetadas pela degradação ambiental e pela falta de acesso a recursos básicos, sendo vítimas do racismo ambiental.
- Garantir a participação das comunidades na tomada de decisões: é essencial garantir que as comunidades afrodescendentes tenham voz ativa na gestão de seus territórios, em todos os níveis de decisão.
- Investir em programas de desenvolvimento sustentável: é necessário investir em programas que promovam a geração de renda e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades afrodescendentes, de forma a garantir a sustentabilidade de seus territórios.
A COP-16 representou um passo importante na direção da proteção dos territórios de origem africana na América do Sul, demonstrando a força da união entre Brasil e Colômbia na defesa da biodiversidade e dos direitos dos povos tradicionais. No entanto, o caminho a ser percorrido ainda é longo e exige a união de esforços para garantir a justiça social e ambiental para as comunidades afrodescendentes.